sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sussurros...

Mais um dia simples da minha quase insignificante existência, domingo de manhã pra ser mais exata.

Nada acontecia de muito interessante, tudo seguia seu tradicional passo a passo...

Acordei de mau humor por conta do rádio alto da vizinha.

Fiquei na cama de pirraça imaginando: “ela está só esperando eu levantar pra desligar!”

Dito e feito!

Levantei e silenciou!

Chutei minha sandália até o banheiro que fez par com a outra debaixo do chuveiro.

“Vai ser o banho mais demorado de toda a minha vida!” (Até o próximo!)

Ainda buscando um minuto de paz na minha manhã barulhenta resolvi sair de casa pra ouvir o som da rua.

“Decepção” é uma boa palavra pra definir aqueles poucos minutos.

O barulho das motos que passavam e pareciam ter muita pressa, os carros com seus auto falantes mais do que potentes e os próprios ônibus que nem precisavam fazer mais que o natural pra fazer BARULHO!

Tudo aquilo começou a me irritar profundamente, salvos três minutos numa conversa rápida e sem maiores detalhes com um amigo que encontrei na banca de jornal.

Resolvi que a melhor coisa a ser feita era voltar pra casa.

Já chegando no auge da minha irritação por causa da tão mencionada “música urbana” lembrei do fone de ouvido que carregava no bolso!

“Salva pelo gongo!”

E apesar de não parecer uma atitude muito inteligente e sensata substituir um barulho por outro, naquele momento foi o que me deixou melhor.

Voltei contornando a calçada, desviando das poças deixadas pela chuva da noite, contando os pingos tímidos da chuva que parecia estar com vergonha de chegar e ouvindo O ANJO MAIS VELHO sussurrar ao pé do ouvido que se lembraria de mim só enquanto respirasse...

Eu confesso que não encontrei o silêncio que procurava pra alinhar minhas ideias, mas aqueles sussurros bastaram pra me transportar por um breve momento para o mundo que eu acredito ser só meu...


Por Raphaela Dias

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